sábado, 17 de novembro de 2012

Apesar da crise espanhola, churros são moeda forte

Sempre que eu viajo eu sempre tento provar a comida local e também a comida de rua. Nos meus tempos de mochileira uma das lembranças mais especiais da Europa, foram os churros espanhóis. Até então churros no meu conceito eram fritos e recheados com doce de leite, devorados na frente da faculdade. Mas não me esqueço do dia que cheguei na estação de trem de Atocha num depois de uma longa viagem sacolejando desde de Barcelona em uma cabine de segunda classe. Estava faminta e com poucos pesos no bolso - pode dar risada, sou velha, na época o euro ainda estava engatinhando. Primeiro café da manhã foram churros com chocolate quente.
Na primeira mordida, os churros fininhos, crocantes e quentinhos já me fizeram sorrir. Um gole daquele chocolate cremoso e denso aqueceu meu estômago naquela manhã de inverno. Passei uns 5 dias na cidade, zanzando com o meu guia Lonely Planet - segundo motivo de risada - assim como o euro a internet também estava engatinhando. Adorei a Espanha, mas não tive mais a oportunidade de voltar.

Outro dia passeando por Little Italy dou de cara com a La Churreria. Uma portinha na Mulberry Street que serve snacks espanhóis. Comida de rua. Tapas, churros, bocaditos e pinchos.



Como já está friozinho por aqui entrei e pedi um chocolate quente e uma porçao de churros. O chocolate estava no ponto certo. Não muito doce e servido em xícaras quentinhas. Os churros são um caso à parte. Fritos no momento do pedido, para não perder a crocância. Fininhos e sequinhos. Não resisti e mergulhei no chocolate quente e me transportei de volta à Madri.



Um lugar que já vai para o meu caderninho e não vejo a hora de provar os sanduíches e as tapas.

La Churreria
284 Mulberry Street entre a Houston e a Prince no Soho.
http://lachurrerianyc.com/

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Em Manhattan o Texas fica pertinho da Itália

A região do Flatiron District de uns tempos pra cá se tornou uma área com alta densidade de gostosuras. Em 2004 o hambúrguer do Shack Shack no parque Madison Square conquistou a cidade. Em 2010 o complexo Eataly solidificou a região e atrai gourmets famintos de todos os cantos. 
Nova York é uma cidade de expatriados. Não só de todos os cantos do mundo, mas também de todas as esquinas dos Estados Unidos. Um estado que tem uma culinária típica e deliciosa é o Texas. Eu nunca fui ao Texas, mas como morei muitos anos na Flórida aprendi a apreciar da culinária sulista.
E o que não falta por aqui são expatriados cansados de procurar um restaurante para matar as saudades de casa. O caso clássico são os do que resolvem largar seus mega empregos em Wall Street e abrir um restaurante. Esse foi o caso do Marc Glosserman. Filhos de texanos que se mudaram para Washington DC, sempre voltava das suas férias de verão com saudades da comida das avós. Abriu primeiro o Hill Country Barbecue e com o sucesso do restaurante decidiu que Manhattan precisava de um restaurante de frango frito.


O Hill Country Chicken tem um ar retrô que lembra uma cozinha dos anos 50. Móveis de fórmica e lustres em forma de estrelas compõe o ambiente. Mas o mais importante é o frango frito. Obviamente a receita é secreta, feita diariamente na casa com frangos frescos. O menu além de frango frito em pedaços, tem sanduíches de frango, de queijo pimento e tiras de frango empanado com molho barbecue. Para acompanhar batatas fritas fresquinhas - não aquelas congeladas, pickles, salpicão de frango, purê de batatas, salada de repolho coleslaw, salada de milho, salada de cenouras com uvas passas e bolinhos fritos de purê de batatas - esqueça a dieta esse dia!


Os preços são bem razoáveis e as porções são enormes. Três pedaços de frango e um acompanhamento são mais que suficientes para um almoço para duas pessoas, porque tem que deixar um espaço para a sobremesa.


Ai as sobremesas!! Lá se vai a minha dieta. Tortas e mais tortas. De todos os sabores. Maçã com massa de queijo cheddar, de cerejas bing com cobertura crocante de açúcar mascavo, de banana com chantilly, de manteiga de amendoim com banana e ganache de chocolate amargo, de pecã com bourbon, de margarita com massa de pretzel, de limão com merengue, de côco com creme e de creme brulee. A torta de creme brulle é caramelizada na hora do pedido pra ficar com a casquinha de açúcar bem crocante. O melhor é que eles vendem em porções inviduais em forminhas de alumínio que são perfeitas pra dividir e experiementar mais sabores. 



Minha sugestão é num dia de sol levar umas tortinhas para viagem, comprar um legítimo expresso italiano no Eataly e sentar no parque e ver a vida passar. Assim você vai da Itália ao Texas em alguns passos.

Hill Country Chicken
1123 Broadway esquina com rua 25th

Eataly
200 Fifth Ave esquina com rua 24th


domingo, 19 de agosto de 2012

O lado hipster do Upper East Side

Quando se fala em Upper East Side a primeira imagem sempre são das madames ricas fazendo compras na Madison, no apartamentos milionários na Quinta avenida e as famosas brownstones em ruas arborizadas e tranquilas.
Mas o Upper East Side se estica até a beira do rio East. Nesse finzinho de bairro quase em Queens existe um publico diferente com um orçamento mais modesto. Esse pedaço tem até outro nome - Yorkville. Tradicionalmente o bairro sempre atraiu famílias pela qualidade das escolas públicas e do prestígio das escolas particulares.
O bairro tem uma vasta oferta imobiliária e com a mudança do eixo descolado para o Downtown de Manhattan o preço do aluguel é bem mais convidativo.

A oferta gastronômica é bem interessante, mas em termos de bares o bairro sempre deixou a desejar. A maioria dos bares tem como público alvo recém formados que lotam os bares nos finais de semana durante a temporada de futebol americano. Cerveja barata acompanhada de petiscos para agradar paladares recém saídos da adolescencia como chicken fingers, asinhas de frango e batata frita murcha. Como já passei desse tempo encarar um bar sempre me deu muita preguiça, porque além de não acompanhar esportes, pagar para beber cerveja em copo de plástico é muito fim de carreira.
Há uns 6 meses eu passei na frente do The Penrose e já tinha até esquecido do lugar. Como a Segunda avenida está em obras eternas para a construção de uma nova linha do metrô eu acabo evitando andar por lá.

Mas hoje tive uma grata surpresa. The Penrose está servindo brunch e apesar de poucas opções tudo estava ótimo.


A proposta do The Penrose é de um gastropub de bairro, servindo a população local. Boas cervejas, petiscos e coquetéis criativos e com preços acessíveis.


O ambiente tem cara de Brooklyn, com objetos antigos, mesas de madeira reciclada, garçons barbudos e usando camisa xadrez. Achei a decoração interessante, forçando a barra no ambiente descolado, mas visualmente agradável.  



O cardápio é bem enxuto, mas a carta de bebidas é vasta com algumas ofertas de cervejas fabricadas no Brooklyn, muito whisky e coquetéis com influência britânica como o Butlerstown Cup feito com Pimm's No.1 e Ginger Ale.


Nós provamos algumas cervejas e uma cidra de Minessota perfeita para os dias de verão.

O frango frito com waffle tinha uma casquinha crocante, picante com um toque de molho de pimenta e o frango úmido por dentro com gosto de frango caipira. O waffle servido com xarope de maple de verdade, nada de imitações.


O sanduíche de ostras empanadas, ovo e bacon parecia uma conbinacão estranha, mas o pão brioche macio e uma maionese com pickles conseguiram equilibrar a gordura do bacon com o gostinho de mar da ostra.


O The Penrose é uma ótima novidade no Upper East Side. E por ser pertinho de casa, vai virar meu pub predileto. Ainda vou voltar pra provar o hamburguer e o mac and cheese.

1590 Second Ave entre ruas 82 e 83 no Upper East Side.
http://www.penrosebar.com/



terça-feira, 26 de junho de 2012

Contracultura ou filial de Tóquio?

Acho que muita gente que vem para NY tem interesse em ver os bairros alternativos, onde a contra cultura começou. A área ao redor  da New York University ainda guarda muito dessa época. A maior concentração de estudantes está no East Village. Como oferece grande quantidade de apartamentos a preços mais acessíveis o bairro virou o CRUSP da NYU.
Eu não acho o East Village tão charmoso como o seu primo rico West Village. No East Village as ruas são sujas, os prédios estão precisando de manutenção e o que não falta são mendigos para dar aquele charme nova iorquino.


E com essa população jovem e meio dura de grana, o bairro tem vocação pra comidinhas para depois da balada ou para antes da aula.

Na rua 7th pertinho da Saint Marks Place a chefe Sarah Jenkins instalou em uma portinha o Porchetta. O prato único é a porchetta, comida típica de rua na Itália. O lombo do porco com uma parte da barriga é temperado com sálvia, cravo, alecrim, tomilho e pólen de erva doce e assado lentamente. A carne de porco vem do rancho Nyman que cria os porcos em pastos abertos e sem nenhum tipo de hormônio ou antibióticos. O resultado é uma carne úmida e a pele crocante pururucada. Tem a versão sanduíche por 10 dólares ou prato mais farto acompanhado de brócolis por 14 dólares.


No mesmo quarteirão o Luke's Lobster serve sanduíches de lagosta ou camarão, o Caracas Arepas Bar tem arepas recheadas de carne de porco, frutos do mar, versão vegetarianas e petiscos típicos da Venezuela. De sobremesa uma parada no Big Gay Ice Cream Shop com seu sabores e nomes bem humorados. A minha escolha foi o Salty Pimp(cafetão salgado). Sorvete de creme com doce de leite, coberto de chocolate e sal marinho.





Para queimar as calorias fui dar uma voltinha na Saint Marks Place. No passado a Saint Marks Place teve ilustres residentes. Lou Reed morava por lá, Andy Warhol abriu uma boate onde o Velvet Undenground se apresentou e até Leon Trotsky trabalhou num jornal russo nos idos de 1915.
Hoje a rua mais parece uma filial de Tóquio. Com a grande quantidade de estudantes japoneses a rua concentra nada mais que 7 restaurantes japoneses em um quarteirão.





O Ramen Setagaya está sempre cheio e o Japa Dog tem coberturas inusitadas como alga nori, missô e soja verde. Pra quem já está torcendo o nariz acho que no Brasil tem gente que põe ervilha e milho no cachorro quente.

Mas se você foi procurando resquícios da contra cultura com certeza você também vai encontrar. E se der uma larica, "no worries" você terá muitas opções.




Endereços:

Porchetta
110 East 7th Street

93 East 7th Street

93 East 7th Street
 
125 East 7th Street









terça-feira, 29 de maio de 2012

Memorial Day - dia de honrar os EUA

Toda última segunda feira de maio o Memorial Day é celebrado nos Estados Unidos. A data é para honrar e lembrar das pessoas que perderam suas vidas em combate servindo as Forças Armadas.  Em NYC durante a semana que antecede o Memorial Day acontece a Fleet Week. A Fleet Week é organizada pela Marinha, Guarda Costeira e os Marines. Navios ficam atracados por alguns dias, dando oportunidade para a tripulação poder visitar a cidade e para a população local visitar os navios.

Fomos visitar os navios no pier 90 que está localizado na 12th avenida entre as ruas 54 e 55 na beirada do rio Hudson pertinho do Museu Intrepid.
Visitamos os USS WaspUSS Roosevelt com uma visita guiada por um(a) marinheiro(a) todo vestido de branco parecido com o Popeye. Eles nos mostraram as áreas dos navios. Tudo apertadinho, limpo e super organizado.

Achei o passeio interessante e para quem tem crianças é um barato. Elas ficam fascinadas com os uniformes, helicópteros, aviões e ficam se sentindo num filme.




Aproveitando o espírito americano, fomos almoçar no Daisy May's Barbeque. Fica bem pertinho, na rua 46 esquina com avenida 11.


Churrasco por aqui é completamente diferente do nosso churrasco brasileiro. Esse estilo de BBQ típico do sul dos Estados Unidos tem um pouco de tudo - porco, frango e carne de boi. O chefe Adam Perry Lang um novaioquino legítimo sentia falta de um lugar que servisse o autêntico BBQ em NYC. Em 2003 abriu o Daisy May's e desde de então ganhou vários concursos de BBQ, gerando muita controvérsia com os puristas do Sul.


Nós fomos de costelas de porco no estilo de Kansas City. Com molho adocicado e acompanhando feijão, pêssego com bourbon e corn bread(parecido com uma broa de milho). Para refrescar o chá gelado que vem numa jarra de vidro que serve de lembrança.



Estava ótimo, costela no ponto certo, feijão de três variedades com bacon e o corn bread úmido. Tudo super calórico e maravilhoso. Ainda bem que a gente voltou a pé pra casa.

Daisy May's BBQ
623 11th Ave esquina com 46th St.
Segunda: 11am-9pm
Terça - Sexta: 11am-10pm
Sábado: 12pm - 10pm
Domingo: 12pm - 9pm

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Krispy Kreme é tão 2002....

Pra mim não há hábito mais americano que comer doughnuts. Tenho a lembrança dos desenhos animados e seus policias gorduchos comendo rosquinhas e tomando café nos carros de patrulha.

Claro que em qualquer cidade americana a presença do Dunkin Donuts é essencial. Outra cadeia com presença forte é a Krispy Kreme. A cadeia propagandeia que faz tudo fresquinho e no dia, mas eu tenho minhas dúvidas A rede ganhou até uma ponta no finado Sex and The City com a Miranda devorando vários depois de uma reunião no Vigilantes do Peso.

Apesar de ter um Dunkin Donuts há alguns quarteirões do meu apartamento essas rosquinhas industrializadas não me pegam pelo estômago. Eu quando tenho vontade de comer doughnuts vou até a Doughnut Plant. Eu prefiro ir ao Lower Est Side pra comprar tudo fresquinho, com ingredientes de primeira e sem conservantes.

Em 1994 Mark Isreal abre a Doughtnut Plant no Lower East Side e começa a produzir as rosquinhas para serem vendidas nas lojas gourmet como a Dean and Delucca e Balducci.


Em 2000 com ajuda da família a primeira loja é inaugurada e o público tem acesso aos melhores doughnuts que eu já provei.
Nos finais de semana tem fila na porta, coisa comum em NYC quando a comida é boa. Mas à tarde sempre está bem tranquilo. Há pouco tempo reformaram a loja e agora conta com um expresso bar e mais mesas. Tem ainda outra loja em Chelsea. Sem falar nas nove lojas no Japão e na Coréia do Sul.



Os sabores vão do tradicional recheados com geléia feitas com frutas da estação, pistache, creme brulee, tres leches, blackout feito com chocolate Valrhona além de sabores especiais.


Eu fui de avelã com recheio de Nutella e para acompanhar um chocolate quente Valrhona. Tudo perfeito. O doughnut macio coberto com avelãs torradas e picadas. O recheio de Nutella sem ser muito doce e a massa leve e sequinha e a fritura no ponto certo.


Os preços são bem camaradas, em média 3 dólares. Mas o problema é você sair de lá sem ter provado pelo menos três sabores.

Eu como moro longe do Lower East Side aproveito a desculpa pra levar alguns para viagem, mas as vezes eles não duram nem a viagem de volta.



 
Doughnut Plant
379 Grand Street no Lower East Side. O metrô mais próximo é o F na Delancey Street. A loja não abre às segundas-feiras, mas outros dias abre bem cedinho.
Terça - Domingo  - 6:30hrs-18:30hrs




quarta-feira, 25 de abril de 2012

Chinês honesto e limpinho

Acho que falar de restaurante chinês em Manhattan é chover no molhado. Pesquisando no site menupages.com, New York tem mais de 1110 restaurantes chineses listados.  Claro que o espectro vai desde o chique Mr. Chow até os sujinhos de Chinatown. Sem falar nos restaurantes de Flushing em Queens que são considerados os autênticos e frequentados pela colônia chinesa. Na ConVnVenção de 2011 o Riq aproveitou para conhecer Flushing.

Mas em 2011 um casal de expatriados da China, cansados de trabalhar em Wall Street decidiram que Midtown merecia um restaurante chinês com qualidade e sem o temível MSG(glutamato monossódico). Eu como descendente de japoneses com certeza já consumi a minha cota para vida inteira de MSG, mais conhecido em terras brasucas como Ajinomoto. 

A localização do Cafe China é um pouco fora da muvuca, na rua 37th entre a Madison e Quinta avenida. Fica pertinho da Morgan Library e uns 5 minutos da Macy's. Achei um boa opção pra quem está passeando na região que inclui a Biblioteca Pública de NY e o Bryant Park.


O restaurante é ambientado na China pré Mao com fotos de antigas, lustres de cristal remetendo a um boudoir em Shangai. 


Fomos no horário de almoço e o restaurante oferece o menu completo e também almoço executivo com entrada(sopa ou rolinho primavera) e prato principal (preços de 8-13 dólares).
Escolhemos o arroz chinês com lascas de pato e barriga de porco com tofu defumado. As porções são bem generosas, comemos bastante e ainda sobrou pra levar para casa.
O arroz bem acima da média. Nada parecido com aquele arroz chinês tingido de molho de soja salpicado de milho(??), ervilha e cenoura. O arroz do Cafe China tem generosas lascas de pato defumado, ovo, cebolinha e arroz fresquinho.


 A barriga de porco com tofu defumado, cenoura e pimentão acompanha arroz branco ou integral. A carne de porco estava macia com um pouco de excesso de gordura, mas não comprometeu muito o prato. O tofu defumado cortado em finas fatias acrescenta um toque especial e dá pra fazer de conta que é um prato light e saudável.


O restaurante não oferece sobremesas como manda a tradição chinesa. Mas tem carta de vinhos e oferece coquetéis com ingredientes frescos como martini de lichia ou com infusão de alecrim e zimbro.
 
O Cafe China está localizado na 13 East 37th street entre Madison e Quinta avenida em Midtown.


terça-feira, 27 de março de 2012

O melhor bolo de chocolate do mundo com um pouquinho de humildade

A rede O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo chegou em Manhattan em 2010 se eu não me engano e já chegou botando banca com uma loja na descolada Spring Street no Soho. A loja pequena com poucas mesas, servia café, chocolate quente e os famosos bolos. Eu já tinha ouvido falar da rede portuguesa e do sucesso que estava causando em São Paulo e no Rio. Achei o nome engraçadinho e meio se achando.
Um dia passeando pelo Soho dei de cara com a loja e não hesitei e já fui pedindo a versão meio amarga com chocolate 70%. Quando meu bolo chegou eu fiquei alguns segundos contemplando se eles não tinham me dado um doce diferente.  Eu esperava um bolo alto, macio, fofinho com recheio e cobertura cremosa de chocolate. Mas o bolo em questão é feito sem farinha e fermento. São discos de merengue com recheio de mousse e cobertura de ganache de chocolate. Não me leve a mal, mas quem propagandeia que serve o melhor bolo de chocolate do mundo no mínimo tem que servir o melhor bolo de chocolate do mundo!!!!! Achei o bolo muito doce, mesmo a versão de chocolate amargo. Paguei, tomei um café e continuei meu passeio pelo Soho.
Fast forward para o ano de 2012. Caminhando pelo Upper West Side dou de cara com a Choco Bolo. Entro na loja e reconheço os bolos de merengue.


No cardápio além de doces, pastéis de Belém, sanduíches, empanadas e empadas - que a garçonete americana insiste em me explicar que são a mesma coisa e eu resolvi não perder meu tempo tentando explicar a diferença. 
Resolvi pedir uma empanada de frango e uma empada vegetariana. Claro que a garçonete tinha razão. Eram idênticas!!!! Só mudava o recheio. A massa era de empanada e eu morrendo de lombriga de comer empada. Humpf!


Mas o café é uma graça e o expresso custa menos de 4 dólares, uma pechincha no Upper West Side.
Será que volto? Com certeza. Quero provar os pastéis de Belém e quem sabe dou sorte de conseguir comer uma empada sem cara de empanada.



A Choco Bolo tem três loja em Manhattan e com o reposicionamento da marca acho que vai ser mais fácil de fazer sucesso por aqui sem ter a obrigação de vender cof, cof, cof, o melhor bolo de chocolate do mundo.

Choco Bolo
55 Spring street com Lafayette no Soho
2058 Broadway com rua 71st no Upper West Side